O banco Itaú lançou recentemente, em seu canal digital, o programa "Conexão Saúde", que apresenta diversas iniciativas voltadas à saúde mental dos trabalhadores. Embora o movimento sindical elogie a iniciativa, destaca a necessidade de melhorias e ainda reforça que as práticas do banco muitas vezes contradizem essas ações. Fechamento de agências, sobrecarga de trabalho e assédio moral são algumas das questões levantadas.
“O uso de ferramentas de pressão, para aumentar cada vez mais o lucro do banco, tem causado adoecimento nos trabalhadores, resultando em estresse, depressão, esgotamento profissional (burnout) e LER/Dort, que tem tomado grandes proporções”, afirma a coordenadora do GT de Saúde, Luciana Duarte. Ela acrescenta que nenhum programa aborda o tratamento daqueles que já estão adoecidos. "Muito pelo contrário, o banco tem criado propostas para que trabalhadores doentes deixem a instituição”, completa.
Para a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai, o banco tem obrigação de acolher os trabalhadores adoecidos. “Infelizmente, o que acontece nestes casos é que a maioria deles sente o descaso na hora que mais precisam do banco. O Itaú tem que assumir sua responsabilidade, pois esses trabalhadores adoeceram no local de trabalho”, fala.
"Não compactuamos com a prática de se livrar do trabalhador adoecido. Se o trabalho trouxe adoecimento ou agravou problemas de saúde, mais do que nunca o bancário vai precisar da manutenção do emprego para continuar o tratamento e, principalmente, do plano de saúde", destaca o representante do RS na COE do Itaú, Eduardo Munhoz.
Fonte: Contraf-CUT