Não houve avanços significativos na negociação desta terça-feira (29/10), entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e representantes do banco, sobre questões específicas de caixas e tesoureiros. Na prática, a Caixa reiterou a mesma proposta rejeitada pela categoria, sem incorporar as revisões solicitadas e, mais uma vez, deixou de fornecer informações fundamentais para o debate.
“A postura da Caixa de não fornecer dados concretos sobre as funções compromete uma negociação justa e transparente. Nossa impressão é a de que o banco aparenta ter pressa em aprovar o acordo, enquanto não apresenta contrapartidas significativas para os empregados, o que gera desconfiança”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa e diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil.
Para Vivian Sá representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), a proposta, considerada insatisfatória pelos representantes dos empregados, falha ao não proteger a remuneração dos trabalhadores que hoje exercem a função, ainda de forma precária. “A ausência de informações claras sobre a quantidade de trabalhadores que exercem as funções por minuto e por prazo, e há quanto tempo estão nesta situação, cria impasses para o avanço nas negociações”, reforçou Vivian.
“A Comissão Executiva dos Empregados deixou claro que não aceitará qualquer proposta que venha a retirar direitos ou expectativas de direitos dos trabalhadores”, completou o representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.
Representantes da categoria presentes na reunião consideram essencial que uma nova proposta seja apresentada, com destaque para a inclusão de uma cláusula que assegure o direito de quem possui processos em andamento e garantias já conquistadas judicialmente, a fim de proteger os trabalhadores contra possíveis perdas de direitos. Além disso, eles consideraram que a designação de 500 funções efetivas para caixas e tesoureiros, uma das propostas apresentadas pela Caixa, aparentemente não é suficiente.
Para Lucas Cunha, diretor do SindBancários Pelotas e Região e representante do RS na CEE Caixa, a reunião foi frustrante. "Depois de 50 dias, a gente esperava que a Caixa trouxesse alguma novidade em relação à proposta anterior. Pelo contrário, trouxe uma versão ainda pior, que ataca os direitos adquiridos dos trabalhadores", avaliou.
De acordo com o Sindicalista, a CEE deixou muito claro para os negociadores da Caixa que não irá aceitar qualquer proposta que tire direitos dos trabalhadores. "Esperamos que na próxima rerunião, a Caixa traga algo que possa ser negociado e os dados que pedimos".
O representante dos trabalhadores disse ainda que foi solicitado à Caixa que inclua nas negociações referentes a caixas e tesoureiros, o avaliadores de penhor, que ficaram de fora do último ACT.
A CEE/Caixa reforçou que não abrirá mão de direitos adquiridos e continuará pressionando para que a Caixa apresente uma proposta justa e que respeite as conquistas dos trabalhadores. Uma nova reunião, em formato híbrido, está marcada para a próxima sexta-feira (1°/11), na esperança de avanços mais concretos.
Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT e da Fetrafi-RS